As possibilidades tecnológicas na engenharia

Fonte: Redaçao – https://www.grandesconstrucoes.com.br/Noticias/Exibir/25148

O executivo Paulo Vandor, sócio da L.E.K. Consulting, apresentou na Smart.Con algumas das tendências que, segundo pesquisas realizadas pela sua empresa, nortearão o futuro do setor.

Definindo a engenharia inteligente como “o conceito que visa realizar de maneira mais inovadora e eficiente o que a engenharia precisa entregar”, ele incluiu entre essas tendências o avanço da automação dos métodos construtivos, o crescente emprego de novas tecnologias e a maior preocupação com as questões relacionadas à segurança e sustentabilidade.

Os impactos desses movimentos, destacou, podem ser bastante positivos. “Esses fatores reduzem custos, diminuem atrasos, melhoram a segurança dos profissionais e permitem disponibilizar muito mais rapidamente as informações”, especificou Vandor

Nesse sentido, a diretora da Concremat, Alba Pires, listou algumas iniciativas que já vêm sendo praticadas para implementar o conceito da engenharia inteligente no Brasil, como o uso de BIM e o emprego de equipamentos “mobile” em substituição às pranchetas nos canteiros de obras.

A especialista citou ainda o projeto Siga OAE, já em implementação em sua empresa, que por meio de recursos como sensores e drones permite monitorar as condições de pontes e viadutos, ajudando a detectar previamente a necessidade de manutenções nessas estruturas.

“Mas a tecnologia não pode nos fazer esquecer o principal, que são as pessoas”, ela ressaltou. “Que podem inclusive necessitar de tempos diferentes de capacitação para seu uso.”

INOVAÇÃO NOS CANTEIROS

Alguns cases recentes ilustram essas tendências. Localizado na cidade de São Paulo, o empreendimento Parque da Cidade foi apresentado pela Matec Engenharia na Smart.Con.

A construtora responsabilizou-se pela Gleba B desse empreendimento, entregue no início deste ano e na qual foram construídas três torres corporativas, com 23, 20 e 17 pavimentos. Com 228 mil m2 de área construída, essa gleba integrou outras áreas do complexo, composto ainda por hotel, shopping, edifício residencial e outras torres corporativas, além de um parque linear distribuído pelo terreno.

Para viabilizar o projeto em um prazo de 28 meses – incluindo o comissionamento –, foram privilegiadas soluções industrializadas como vigas e lajes pré-moldadas, paredes estruturais, lajes alveolares e outras.

E o desenvolvimento do projeto, por sua vez, foi realizado com o uso da metodologia BIM. “Realizamos protótipos virtuais e posteriormente reais, que foram cruciais para viabilizar a execução”, destacou a gerente de engenharia da empresa, Camila Silva.

Na gestão, como ressaltou Pedro Ivo, coordenador de planejamento e controle da Matec, o uso de drones permitiu o acompanhamento contínuo da evolução da obra, não apenas com imagens 2D, mas também pela integração dos dados em modelos 3D.

Segundo ele, esse recurso mostrou-se extremamente valioso, tendo em vista a logística complexa do projeto, que entre outros itens incluiu o recebimento de cerca de 27 mil peças pré-moldadas.

“Em um projeto convencional, precisaríamos de cerca de 1,1 mil colaboradores”, comentou Ivo. “Porém, no pico da obra tivemos apenas 400 colaboradores, considerando a montagem simultânea das três torres”, complementou.